Este texto foi inspirado em um almoço que tive esta semana com meus colegas de trabalho, onde falávamos sobre o ano de 2012, o possível final do mundo e as alternativas para as interpretações desta data.
Mas o que isso tem a ver com este blog? Digo que tem tudo a ver, e a questão central pode ser entendida como uma eterna guerra entre os binários 0 e 1.
Um exemplo pode ser os smartphones. Seu sucesso nos dias de hoje é inquestionável, algo semelhante vem acontecendo com os tablets. Seus números de vendas não param de crescer e a busca por aplicativos para estas plataformas está alucinante (nos principais mercados brasileiros). Porém, podemos taxar que os celulares estão com os dias contados? E mais, que a plataforma Java ME também dá seus últimos suspiros?
A resposta, de minha parte, é com certeza absoluta, não. Por vários pontos. Em primeiro lugar, o Java ME não está presente somente em telefones celulares, está embarcado em uma grande quantidade de dispositivos altamente heterogêneos. Segundo, porque ainda existe uma gigantesca base instalada de Symbian.
E não estou sozinho neste sentido. Final do ano passado, a TIM anunciou o lançamento de sua loja de aplicativos em celulares com sistemas Java. Não foi Android, nem iPhone.
Para completar, Flávio Ferreira, gerente de serviços de valor agregado da TIM. Disse o seguinte: ”O iPhone é um celular que todo mundo quer. O Java é o que todo mundo têm”,
Mas esse assunto sobre plataformas mobile foi só um gancho para um assunto que considero mais importante.
No almoço que citei anteriormente, discutíamos sobre a avalanche de mudanças que a tecnologia da informação vem proporcionando no modo de vida das pessoas, mais especificamente, na maneira de se comunicar.
Por exemplo, várias pessoas preferem ter uma conversa através de MSN, Twitter, Orkut, Google Talk ou qualquer outra ferramenta de mensagens, do que um bom bate papo presencial. Até mesmo as reuniões familiares que eram freqüentes entre as pessoas mais experientes, são substituídas por computadores e televisões nos quartos.
Porém, o ponto que acho relevante e é ignorado por algumas pessoas, é que sempre tendemos a acredita que o mundo é parecido com aquilo que nos rodeia. Ou seja, para um analista programador que fica o dia todo sentado na cadeira, programando e com o fone de ouvidos a todo volume, realmente, parece que o mundo vai virar diversas ilhas, cada uma delas contendo uma única pessoa.
Mas isso não é a totalidade. Cito até meu caso, sou natural de uma cidade chamada David Canabarro, no interior do Rio Grande do Sul, com aproximadamente 5.000 habitantes. O modo de vida simples com conversas presenciais ainda perdura fortemente por lá, diferentemente do que vejo diariamente no meu ciclo social e profissional em São Paulo.
Além disso, não podemos imaginar que todo mundo tem computador e é incluído digitalmente no Brasil. Até 2009, o nordeste apresentava uma taxa de analfabetismo de 18,7%. Isso sem contar os analfabetos funcionais e semi-analfabetos.
Claro que não estou querendo dizer que o mundo nunca vai mudar e que as relações sociais não estão sofrendo profundos impactos. Muito pelo contrário. Somente acho que temos que ter cuidado em generalizar as coisas e suplantar definitivamente velhos hábitos e tecnologias antes de conhecer o contexto geral.
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